Volante Corrêa foi o cérebro do time tricolor no empate de 1 a 1 com o alvinegro (Foto: Kiko Silva) |
Seria até um acinte se alguém afirmasse, antes do início da partida dessa quarta-feira, no Castelão, que o Fortaleza atuaria taticamente tão organizado e conseguisse anular o time do Ceará.
Se nas cinco partidas anteriores pelo Estadual, a equipe do técnico Nedo Xavier
mostrava deficiência em vários setores, principalmente no de marcação,
era difícil imaginar que Genilson, Corrêa, Pio, Vinícius Hess cia
pudessem parar Magno Alves, Assisinho, Wescley, Tiago Cametá…
Não que o Alvinegro estivesse jogando igual à Seleção da Alemanha,
nem o Fortaleza tivesse atuando como o Ibis, mas era notório e em
certos momentos até preocupante as deficiências tricolores neste início
de temporada.
É por isso que os mais antigos gostam de afirmar que em Clássico tudo muda.
E talvez tenha sido essa motivação de enfrentar o maior rival, com uma
superioridade latente, que fez todos no Fortaleza mostrarem o que até
então não tinham mostrado nesta temporada.
O volante Corrêa lembrou os velhos tempos em que mandava no meio de campo do Palmeiras e do Atlético-MG. Seguro, paciente e principalmente organizador, foi a cabeça pensante da equipe leonina.
E obviamente, o técnico Nedo Xavier, que calou a boca dos críticos.
Montou sua equipe com uma marcação muito forte, com maior transpiração,
uma raça parecendo como se tivesse numa decisão de campeonato e ainda
forçando o time do Ceará ao erro. Tudo isso encheu de esperanças o
torcedor tricolor, que no final teve de trocar as vaias dos últimos
jogos por muitos aplausos.
Já os Alvinegros parecem ter ficado assustados com a disposição
tática do rival. Sem espaços, precisando os atacantes recuarem, às
vezes, até o meio para receber a bola e errando muitos passes, o técnico Dado Cavalcanti precisou mudar o esquema tático.
Depois de um primeiro tempo em que as melhores e principais chances
foram tricolores, o treinador do Vovô teve de tirar o meia Eloir para
entrar o atacante Marinho para conseguir ficar de igual para igual.
Até que a mudança ajudou, assim como as outras duas, entre elas a entrada do centroavante William, autor da assistência para o gol de Magno Alves, mas o Fortaleza nem isso sentiu. Tanto que em menos de cinco minutos empatou e ainda teve chance para virar.
Apesar do placar magro, da pegada forte dos dois times, o jogo foi
muito bom e, se os tricolores lamentam o fato de que se precisassem
escolher um vencedor seriam eles, tão importante quanto esse detalhe,
foi que há esperança de que comissão técnica, elenco e mais dois ou três
reforços podem trazer bem mais alegrias ao Fortaleza.
Ao Ceará, já classificado para a 2ª fase do Estadual, resta o consolo de saber que saiu de campo pela 12ª vez seguida sem ser derrotado para o maior rival.
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