quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Um homem, duas lacunas

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O meia Geraldo foi o capitão e o líder fora de campo nas campanhas vitoriosas da Série B em 2009 e na Série A 2010, deixando o clube em julho rumo ao Vitória após viver uma má fase BRUNO GOMES
 
A exatos três meses da saída de Geraldo, o Ceará ainda não encontrou um líder dentro e fora de campo
Quem vê o momento do Ceará dentro e fora de campo, com a carência de um camisa 10 e um líder fora dele, uma figura vem logo na cabeça do torcedor: Geraldo. O antigo ídolo da torcida e capitão do time, ao deixar o clube no dia 20 de julho para defender o Vitória/BA, criou um vazio nas duas funções.

Sem ele, que foi o maestro e camisa 10 nos gloriosos anos de 2009 e 2010, o time ainda sofre para encontrar um meia armador e fora de campo, embora existam candidatos, o elenco não tem mais aquela referência, um líder que unia o elenco.

O técnico Estevam Soares já declarou que o antigo camisa 10 faz falta ao elenco por sua liderança. E quem exerce a função atualmente? Alguns candidatos, como Fabrício, que herdou a tarja de capitão, Edmílson, por sua larga experiência internacional e Michel, que está no clube desde 2007, são as referências.

O zagueiro Fabrício ressaltou que a liderança que procura exercer no grupo não é uma tarefa fácil. "É difícil fazer o papel que o Geraldo exercia. São tantas pessoas envolvidas, pensamentos diferentes. É preciso ter uma cabeça boa, saber o que fala, ter um dialogo bom com todos e procuramos fazer isso. E no momento delicado essa figura é ainda mais importante", admite Fabrício.

Com os recentes problemas fora de campo com alguns jogadores do elenco, como Thiago Humberto, Nicácio e Rudnei, cresceram boatos que o grupo não é mais tão unido quanto de anos anteriores quando Geraldo era o líder do grupo.

O zagueiro Fabrício rechaçou qualquer boato que o elenco é desunido. "Isso surgiu apenas agora, no returno, quando os resultados não aparecem. Com este mesmo grupo, no primeiro turno, fizemos 25 pontos e não tinha desunião nenhuma".

Se fora de campo a ausência de Geraldo é sentida, dentro de campo também. Embora ele tenha passado por algumas crises técnicas ao longo de suas passagens pelo clube, inclusive a última, a verdade é que nenhum meia caiu nas graças da torcida.

Ausência
E isso ficou mais claro quando, no treino de ontem à tarde em Porangabuçu, o técnico Estevam Soares preferiu formar o meio campo com quatro volantes em detrimento a escalar um especialista como Thiago Humberto, Enrico ou Juca no posto do suspenso Leandro Chaves.

Com um meio campo formado por Michel, João Marcos, Careca e Eusébio, a responsabilidade pela criação de jogadas contra o Atlético/PR, no domingo, será dividida entre os volantes, principalmente Careca e Eusébio, os laterais, e até o atacante Felipe Azevedo, que eventualmente recuará para o meio campo. O time titular treinou com: Fernando Henrique, Boiadeiro, Fabrício, Daniel Marques e Vicente, Michel, Careca, João Marcos e Eusébio, Felipe Azevedo e Roger.

Sobre a ausência de um meia, João Marcos resumiu. "Temos que nos adaptar. O Estevam escolheu e quem está no meio terá que criar as jogadas, assim como os laterais".

TORCIDA ORGANIZADA
Elenco é hostilizado em Porangabuçu
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O protesto da Cearamor em treino no Vovozão foi marcado por ofensas e ameaças ao elenco de jogadores
WILTON RODRIGUES
Se o Ceará conseguiu evitar um protesto da torcida na terça-feira transferindo o treinamento do Vovozão para o Ceten, em Itaitinga, ontem não teve jeito.

A torcida organizada Cearamor, que já havia reunido seus líderes com os jogadores do clube no dia anterior, aproveitou que o clube treinaria ontem à tarde em Porangabuçu para protestar. Cerca de 50 integrantes, logo iniciaram os protestos aos jogadores. Não faltaram gritos como "mercenários", "baladeiros" e intimidações a jogadores como Marcelo Nicácio, Roger e Rudnei, principais alvos da torcida. Todos os jogadores foram hostilizados na saída para os vestiários. O único poupado foi o goleiro Fernando Henrique.

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