domingo, 9 de agosto de 2015

HISTÓRIA DO FUTEBOL CEARENSE – CEARÁ CAMPEÃO DE 84

Em pé: Alexandre, Rafael, Lula, Djalma, Caçapava e Bezerra; Agachados: Katinha, Lira, Anselmo, Assis Paraíba e Josué.

O futebol cearense sempre foi celeiro de muitos craques. Poderia citar centenas ou até milhares de jogadores que fizeram a alegria do torcedor. Ao invés disto, resolvi compartilhar com os leitores deste blog a experiência de ter vivido grandes emoções no futebol cearense. Assim, estou iniciando hoje uma série de registros de times que ficaram na história do nosso futebol. Começo com o Ceará de 1984, campeão estadual, e destaco dois jogadores cearenses: Alexandre e Josué.
O campeonato de 84 foi disputado por 10 equipes. Ferroviário, América e Calouros do Ar ainda faziam parte da primeira divisão. Disputaram o título, ainda, Fortaleza, Tiradentes, Guarany de Sobral, Guarani de Juazeiro, Icasa e Quixadá. O Vozão foi soberano nos dois turnos e comemorou seu 28º título estadual. Ainda teve o artilheiro da competição, Anselmo, com 28 gols. O Campeonato Cearense de 1984 foi a 70ª edição do torneio. O Ceará conquistava seu 28º título cearense.
O jogo da decisão aconteceu no dia 25 de novembro. O Ceará venceu o Guarany de Sobral por 2×0, gols de Katinha e Anselmo. O time da decisão (foto) tinha apenas dois cearenses: o lateral direito Alexandre e o meia Josué. Alexandre, revelado pelo Fortaleza, foi titular do time do Guarani de Campinas, campeão brasileiro de 1978. Também comemorou títulos com as camisas do Fortaleza e Ceará. Já o meia Josué, conhecido como “soldadinho de chumbo”, pela baixa estatura e rapidez nas jogadas, também deu muitas alegrias aos dois maiores rivais, Ceará e Fortaleza. Era muito habilidoso e goleador. Josué foi bicampeão pelo Fortaleza, tetracampeão pelo Ceará e Goiás, além de ter sido vice-campeão brasileiro pelo time esmeraldino.
Deste time, também fizeram história no Ceará o zagueiro Lula, que depois passou a ser treinador. Comemorou três títulos no comando do Ceará, em 1989, 90 e 98. Foi campeão catarinense pelo Figueirense em 1994 e campeão mineiro pelo América, superando os grandes Cruzeiro e Atlético. Teve passagens também no comando de Flamengo, Brasiliense e Bahia.
O companheiro de Lula na zaga era o habilidoso Djalma, revelado no Corinthians. Era um zagueiro clássico. Não sei como veio parar por aqui. Talvez pela sua estatura, já que não era um zagueiro alto, padrão do sul do País.
O lateral Bezerra defendeu o Ceará por 10 anos, de 1978 à 88, período em que conquistou cinco títulos estaduais, sendo importante na conquista do primeiro tetracampeonato, em 1978.
Caçapava teve brilhante passagens por Internacional, Corinthians e Palmeiras, antes de vestir a camisa do Ceará. Era um volante pegador. Encerrou a carreira por aqui. Última notícia dele é que estava morando no Município de Morada Nova, na Região Jaguaribana.
O meia-esquerda Lira foi um dos grandes jogadores do Ceará. Poucos sabem, mas ele foi revelado pelo CRB, de Alagoas. Passou pelo três clubes de Santa Catarina: Criciúma, Joinville e Avaí. Quando pendurou as chuteiras, seguiu a carreira de treinador.
Revelado no Treze de Campina Grande, o meia Assis Paraíba era daqueles jogadores que ninguém dava nada por ele, por ser Franzino. Mas com a bola no pé era um gigante. Colocava a redondinha onde queria, com seus passes longos e precisos. Os atacantes morriam de fazer gols. Um craque na acepção da palavra.
Rápido e habilidoso, Katinha foi um dos pontas que deixou saudade à torcida alvinegra.  Veio do Vasco da Gama. O jogador merecia atenção do narrador Gomes Farias, sempre que pegava na bola. A frase ficou famosa: “encalca Katinha”. Há poucos dias, esteve visitando nossa terrinha e a sede do clube. Fez rasgados elogios á estrutura de Carlos de Alencar Pinto. “Bem diferente do nosso tempo”.
Finalmente, Anselmo. Um atacante que veio do Flamengo, mas sem muito crédito. Chegou gordinho, mas aos poucos foi mostrando seu talento de goleador. Encerrou a carreira em 1990.
Por: Amando Lima Júnior

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