sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Ceará, Flamengo, Taça Asa Branca (Foto: Juscelino Filho)
Elenco do Ceará para 2016 (Foto: Juscelino Filho)
Um jogo. Apenas o primeiro do Ceará em 2016. Tudo bem que foi contra o time completo do Flamengo, de Série A, em amistoso que valia taça, com inúmeras substituições para os dois lados. Mas foi a primeira vez em 2016 que o torcedor alvinegro viu o time que está sendo trabalhado pelo técnico Lisca para a temporada. Quem esperava um duelo morno, seguindo à risca o conceito amistoso, decerto se surpreendeu com a chuva de gols no tempo normal. Nos pênaltis, deu Vovô, que faturou o primeiro título do ano. Sigamos em frente. O que é possível avaliar desse primeiro jogo? Vamos aos fatos. 

Lisca ainda tem muito para trabalhar. Claro. No entanto, escalar um Ceará sem um centroavante pode ter preocupado algum torcedor mais tradicional. No entanto, nem fez falta. Com dois atacantes velozes pelas laterais (Siloé pela direita e Alex Amado pela esquerda), o Vovô cresceu sobre o Fla no primeiro tempo e apostou nos contra-ataques rápidos. E funcionou. 

A propósito, incrível como Lisca conseguiu recuperar Siloé. Antes questionado, o atacante despertava muitas dúvidas na torcida. Mas cresceu. Foi um dos grandes nomes na reta final da Série B e começou a temporada marcando gol contra o Flamengo. Verdade seja dita que o gol alvinegro nasceu de uma falha entre Emerson Sheik e Jorge. Porém atacante que se preza não pode perder oportunidades. Siloé foi lá e marcou. Se seguir aproveitando as chances, 2016 promete ser um bom ano para o atacante alvinegro.

Na defesa, outro ponto positivo para o Ceará. No primeiro tempo, as duas linhas de quatro - muito bem postadas, diga-se - fecharam as portas para o Flamengo. Charles chamou a responsabilidade e, logo nos primeiros minutos, foi o xerife do setor. Cametá também foi providencial, auxiliando a linha de trás e cortando um lance que poderia ter complicado a vida do Ceará ainda no começo da partida. Quanto a isso, o torcedor não tem o que reclamar, pelo menos nos primeiros 45 minutos. Fechadinho, o Vovô mostrou que pode segurar até mesmo um time de Série A. 


Quando o campo virou, a história foi outra. Gigante, com 2 metros, o colombiano Salazar podia até intimidar. Num vacilo, marcou contra o patrimônio e preocupou o torcedor. Mas convenhamos. Não há muito o que se criticar sobre a segunda etapa. Com um time totalmente diferente daquele que começou o jogo (foram 12 alterações!), o Ceará virou presa fácil para o ataque do Fla, que seguiu com Emerson e Guerrero, titulares absolutos da equipe de Muricy Ramalho.
Ceará x Flamengo amistoso (Foto: Juscelino Filho)

No entanto, o ataque correspondeu bem. E da maneira como se comportou no primeiro tempo: veloz. Logo quando a bola rolou, Assisinho e Bill se entenderam. O centroavante precisou de menos de cinco minutos para marcar o dele. Falando em Bill, se a ideia era deixar uma boa impressão, esta não poderia ter sido melhor. Um gol, uma assistência e um pênalti convertido. Pode até não marcar os 40 gols prometidos na primeira passagem, em 2014, mas mostrou que segue com o faro de artilheiro que o Ceará precisa para pensar alto na temporada.

O que falta no Alvinegro, no entanto, é alguém que substitua Ricardinho. Maestro do time na última temporada, o meia deixou saudades na torcida. Para ocupar seu espaço, muitas peças foram contratadas e experimentadas. Richardson? Guilherme Biteco? Zezinho? Emanuel Biancucchi? Todos jogaram. Nenhum conseguiu suprir a carência do meia. Richardson foi quem mostrou melhor toque de bola no meio. Claro, claro, foi só o primeiro jogo. Como dito acima, Lisca ainda tem muito o que trabalhar.

Entenda, torcedor. Talvez o treinador monte um time que não necessite obrigatoriamente de um substituto para Ricardinho. Mas de fato há carência no setor. Se na primeira etapa o Vovô abusou das jogadas pelas laterais, faltou criação no meio-campo. Alguém que coloque a bola no pé e cesse a correria. Afinal, se for depender dos dribles de Siloé e das tabelas de Alex Amado e Fernandinho, o Ceará poderá ter problemas na sequência das competições que tem pela frente. 

Por Fortaleza, CE

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