sábado, 6 de novembro de 2010

Por onde anda Petróleo?


Petróleo: Homem gol do vozão nos anos 80 

Nos anos 80, o Ceará se ressentia de um jogador goleador - atualmente, chamado de matador (?) ou homem referência-. O dirigente Franzé Moraes e o supervisor Dimas Filgueiras resolveram o problema “importando” junto ao Botafogo Petróleo, que teve marcante passagem pelo Alvinegro, de onde se transferiu para o futebol português por oito anos. Hoje, o ex-jogador ensina seu ofício em duas escolinhas de futebol.

Na nova profissão, o ex-atacante, aos 49 anos, mantém o mesmo espírito irrequieto que apresentava nas quatro linhas quando brigava com os zagueiros adversários. José Carlos Oliveira, o Petróleo, é natural de Catanduva/SP e começou sua carreira nas categorias de base do São José do Rio Preto, aos 17 anos. Logo chegou à seleção paulista de juniores.

Seu bom desempenho chamou a atenção de Charles Borer, cartola que pontificou no Botafogo durante décadas. Seu passe foi adquirido pelo Fogão. No time da Estrela Solitária, jogou ao lado de grandes craques, como Renato, Elói - que no final da carreira esteve no Fortaleza e Ceará -Alemão, Josimar - também passou pelo Leão -, Marinho (zagueiro) e Berg, dentre outros.

Petróleo: Campeão cearense em 1986, um grande time 

EXPERIÊNCIA - Após a passagem pelo Rio de Janeiro, começaram suas andanças. Primeiramente, foi emprestado para o América/MG e Coritiba. Já mais experiente, retornou ao Botafogo em 1985, ocasião em que disputou toda a temporada - Campeonato Carioca e Brasileiro. No ano seguinte, trocou o alvinegro carioca pelo alencarino. No Ceará, integrou uma das maiores formações de sua época e conseguiu o seu único título em toda a carreira.

“Era um grande time o de 1986. Tínhamos no nosso elenco feras como Argeu, Lula, Hamilton Rocha, Rubens Feijão, Lira e Gerson Sodré. O Feijão, aliás, estava numa fase excepcional. Foi o artilheiro do campeonato com 30 gols”, relembra Petróleo. Essa formação do Alvinegro contava com Salvino, no gol, e com o jovem volante Oliveira Canindé, promissor treinador de futebol na atualidade.

Em 1987, o Ceará o negocia com o Sporting, de Portugal. Em terras lusitanas, jogou ainda no Figueira e Esposende, ambos da segunda divisão. Foram oito anos longe do Brasil, até que, em 1996 retornou a Porangabuçu, onde deveria ter encerrado a carreira. A pedido do dirigente e amigo Valmir Araújo, aos 37 anos, disputou o Campeonato Cearense pelo Quixadá. Após a competição, finalmente resolveu pendurar as chuteiras de vez.

NOVA PROFISSÃO - Mas, o apego à bola não o deixou longe do futebol por muito tempo. A convite do ex-dirigente do Ceará, Elysio Serra, começou um trabalho para a formação de novos valores, na Millenium Academia. Depois, dirigiu as equipes de base do Uniclinic e foi treinador do Calou-ros do Ar na segunda divisão do Estadual.

Petróleo hoje se dedica a ensinar o caminho do gol para garotada

VIDA EQUILIBRADA - O casamento com dona Maria do Carmo, há 24 anos, foi o maior tento na vida de Petróleo. Da união duradoura, nasceram os dois filhos, Renan, 22 anos, e Leonardo, 16 anos.
Com o que conseguiu ganhar como atleta, Petróleo leva uma vida confortável. Recebe um benefício do INSS - haja vista três lesões no joelho que interromperam sua carreira -. Além disso, sua esposa é professora de Matemática de uma escola particular. Mora num duplex na Cidade dos Funcionários.

Para o ex-ídolo da torcida do Alvinegro, um dos jogos mais marcantes da carreira foi a vitória de 2x0 sobre o Atlético Mineiro no Estádio Castelão. Ele foi o autor dos dois gols. Pelé e Cláudio Adão foram seus maiores ídolos.
Por: Fernando Maia 

 

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