Tangerina recentemente no encontro de ex-atletas do Ceará Sporting Club |
DECEPÇÃO - A sua maior frustração como jogador de futebol o correu em 1965. Ele fala na maior simplicidade que foi convocado para a Seleção Cearense que enfrentou o Peñarol do Uruguai, mas no treino de apronto teve uma contusão que o tirou do jogo. “Ali seria a oportunidade para que eu despontasse e aparecesse para todo o Brasil. Infelizmente, no coletivo, senti a contusão e fiquei na relação, mas não participei deste jogo que sabia que era muito importante para a minha carreira. Tive que me conformar, tratar da lesão e trabalhar para que aparecesse uma outra oportunidade”.
O destino o colocou no Ceará em 1966. Começou como meio-esquerda, mas teve que ser deslocado para a lateral e se adaptou bem a nova posição e acabou defendendo, durante três anos, o Alvinegro.
Mesmo jogando num time grande passei por vexames. Naquela época já existia o atraso salarial. E quando era liberado um vale, a imprensa noticiava que o Ceará havia pagado e daí os cobradores batiam na nossa porta. Eu era recém-casado e pagava aluguel. Quando o dono do imóvel ouvia no rádio a notícia chegava na hora do almoço cobrando o que eu estava lhe devendo. Era difícil dizer para ele que tinha sido apenas um vale.
Mas conseguíamos viver e lutar dentro de campo, pois jogávamos por amor e nunca pelo dinheiro “.
Segundo Tangerina sempre entrava no lugar de Expedito Chibata que jogava na ponta-esquerda, mas atuando como lateral e Carneiro indo para a ponta. Segundo ele, o time ficava mais ofensivo.
“Era uma equipe muito forte e jogava o fino da bola, pois contava com atletas como Haroldo Castelo Branco, Gildo, Pedrinho Cruz, Mangaba, Marcos Aurélio e William. Era um timaço. Infelizmente tudo foi desfeito devido a um jogo Ceará x Fortaleza no qual houve uma grande confusão que muito repercutiu. Assim, William e Haroldo Castelo Branco ficaram impossibilitados de jogar por determinação do comando do Exército. Depois o Ceará negociou Gildo e Marcos Aurélio para o América de São Paulo. Além do mais, Ivonísio Mosca de Carvalho deixou o Ceará, chegando o húngaro Janos Tratay para substituí-lo. Tudo foi diferente”.
CRÍTICA - Tangerina afirma que esta desorganização administrativa do Ceará não é de hoje. Para ele é uma herança maldita da década de 60, quando o clube ficou sete anos sem conquistar um título estadual e com muitos problemas internos.
“Em 1966 o time ficou acéfalo, pois o presidente foi assistir a Copa do Mundo e deixou tudo entregue às baratas. Foi um período muito ruim e passamos dificuldades internas e no campo. Então resolvi sair e fui defender o Somda - uma equipe suburbana - onde fiz um bom contrato”.
OPORTUNIDADES - Quando foi escolhido a revelação do Campeonato Cearense, Tangerina acabou sendo pretendido pro vários clubes, tendo recebido proposta para defender o Esporte Clube Bahia, Sport Club de Recife, e Santa Cruz devido suas boas atuações.
“A minha imaturidade fez com que eu continuasse no futebol cearense. Se fosse hoje tenho certeza de que a transferência teria acontecido naturalmente. Tudo isso, ocorreu devido as minhas atuações em Recife e Salvador. Eu graças a Deus fui um atleta que tinha um bom condicionamento
físico e gostava de apoiar, tendo sempre incentivado a William, Zé Mario e Pedrinho, do Ferroviário a fazer o mesmo, pois comecei a ver espaço para apoiar. Como era meia, tinha essa facilidade de chegar ao fundo e fazer cruzamento”.
CARREIRA – Tangerina iniciou sua carreira na equipe amadora do Independência, clube que disputava a Segunda Divisão, e como jogador profissional no Nacional de 1963 a 65. Depois ingressou no Ceará Sporting Club, de 66 a 68. Defendeu também o extinto Somda (68) Calouros do Ar (69/70), América (70), Parnahyba (PI), sendo um dos seus fundadores e acabou por encerar a sua carreira no Icasa, em 1971.
Tangerina conseguiu apenas ser vice-campeão do Norte/Nordeste defendendo o Ceará Sporting Club. Pelos times menores, conquistamos outros títulos como o Torneio Tuiutí, promovido pela Federação Cearense de Desportos, à época.
APELIDO – Quando jogava no Nacional, foi uma excursão de trem, quando passou em Baturité comprou um cesta com a fruta tangerina. Os companheiros roubaram enquanto ele pagava a conta e teve que comprar outra e foi até o destino saboreando a fruta. Daí para frente ficou conhecido como Tangerina.
ATUALMENTE – Tangerina é veterinário aposentado, casado com Francisca Alves e tem três filhos. A mais velha é Fabiana, formada em Letras, Fabrícia que faz Agronomia e o Fabiano que joga futebol nas categorias de base do Tiradentes e pretende seguir a carreira do pai, Veterinária.
O destino o colocou no Ceará em 1966. Começou como meio-esquerda, mas teve que ser deslocado para a lateral e se adaptou bem a nova posição e acabou defendendo, durante três anos, o Alvinegro.
Mesmo jogando num time grande passei por vexames. Naquela época já existia o atraso salarial. E quando era liberado um vale, a imprensa noticiava que o Ceará havia pagado e daí os cobradores batiam na nossa porta. Eu era recém-casado e pagava aluguel. Quando o dono do imóvel ouvia no rádio a notícia chegava na hora do almoço cobrando o que eu estava lhe devendo. Era difícil dizer para ele que tinha sido apenas um vale.
Mas conseguíamos viver e lutar dentro de campo, pois jogávamos por amor e nunca pelo dinheiro “.
Segundo Tangerina sempre entrava no lugar de Expedito Chibata que jogava na ponta-esquerda, mas atuando como lateral e Carneiro indo para a ponta. Segundo ele, o time ficava mais ofensivo.
“Era uma equipe muito forte e jogava o fino da bola, pois contava com atletas como Haroldo Castelo Branco, Gildo, Pedrinho Cruz, Mangaba, Marcos Aurélio e William. Era um timaço. Infelizmente tudo foi desfeito devido a um jogo Ceará x Fortaleza no qual houve uma grande confusão que muito repercutiu. Assim, William e Haroldo Castelo Branco ficaram impossibilitados de jogar por determinação do comando do Exército. Depois o Ceará negociou Gildo e Marcos Aurélio para o América de São Paulo. Além do mais, Ivonísio Mosca de Carvalho deixou o Ceará, chegando o húngaro Janos Tratay para substituí-lo. Tudo foi diferente”.
CRÍTICA - Tangerina afirma que esta desorganização administrativa do Ceará não é de hoje. Para ele é uma herança maldita da década de 60, quando o clube ficou sete anos sem conquistar um título estadual e com muitos problemas internos.
“Em 1966 o time ficou acéfalo, pois o presidente foi assistir a Copa do Mundo e deixou tudo entregue às baratas. Foi um período muito ruim e passamos dificuldades internas e no campo. Então resolvi sair e fui defender o Somda - uma equipe suburbana - onde fiz um bom contrato”.
OPORTUNIDADES - Quando foi escolhido a revelação do Campeonato Cearense, Tangerina acabou sendo pretendido pro vários clubes, tendo recebido proposta para defender o Esporte Clube Bahia, Sport Club de Recife, e Santa Cruz devido suas boas atuações.
“A minha imaturidade fez com que eu continuasse no futebol cearense. Se fosse hoje tenho certeza de que a transferência teria acontecido naturalmente. Tudo isso, ocorreu devido as minhas atuações em Recife e Salvador. Eu graças a Deus fui um atleta que tinha um bom condicionamento
físico e gostava de apoiar, tendo sempre incentivado a William, Zé Mario e Pedrinho, do Ferroviário a fazer o mesmo, pois comecei a ver espaço para apoiar. Como era meia, tinha essa facilidade de chegar ao fundo e fazer cruzamento”.
CARREIRA – Tangerina iniciou sua carreira na equipe amadora do Independência, clube que disputava a Segunda Divisão, e como jogador profissional no Nacional de 1963 a 65. Depois ingressou no Ceará Sporting Club, de 66 a 68. Defendeu também o extinto Somda (68) Calouros do Ar (69/70), América (70), Parnahyba (PI), sendo um dos seus fundadores e acabou por encerar a sua carreira no Icasa, em 1971.
Tangerina conseguiu apenas ser vice-campeão do Norte/Nordeste defendendo o Ceará Sporting Club. Pelos times menores, conquistamos outros títulos como o Torneio Tuiutí, promovido pela Federação Cearense de Desportos, à época.
APELIDO – Quando jogava no Nacional, foi uma excursão de trem, quando passou em Baturité comprou um cesta com a fruta tangerina. Os companheiros roubaram enquanto ele pagava a conta e teve que comprar outra e foi até o destino saboreando a fruta. Daí para frente ficou conhecido como Tangerina.
ATUALMENTE – Tangerina é veterinário aposentado, casado com Francisca Alves e tem três filhos. A mais velha é Fabiana, formada em Letras, Fabrícia que faz Agronomia e o Fabiano que joga futebol nas categorias de base do Tiradentes e pretende seguir a carreira do pai, Veterinária.
fonte: http://www.vozao.com.br/
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