sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Vacas magras

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ILUSTRAÇÃO: BENES
O prejuízo do Ceará pela queda para a Série B não foi apenas esportivo; as finanças em 2012 sofrerão grande abalo
O ano de 2012 se apresentava promissor para o Ceará. Com a promessa de receber cerca de 18 milhões de cota de TV do Brasileirão, a possibilidade de adquirir um Centro de Treinamento e ampliar o estádio Vovozão - grande sonho da atual gestão -, os alvinegros sonhavam com uma temporada ímpar na história do clube.

Só que após o rebaixamento para a Série B, a realidade é bem diferente e a diretoria já começa a trabalhar com ela. O time terá, por baixo, um corte de receitas de 16,2 milhões de reais, o que compromete os investimentos no futebol para 2012. Isso porque, em vez de receber pelo menos R$ 18 milhões de cota de TV na Série A 2012 (este ano foram R$ 9 milhões), terá de se contentar com um valor que não chega a 10% disso na Série B, segundo o presidente em exercício Robinson de Castro. "Receberemos 1,8 milhão na Série B. Teremos que trabalhar com essa realidade e enxugar os investimentos no futebol".

E a primeira providência da diretoria é reduzir a folha salarial, que era de um R$ 1 milhão no Brasileirão-2011, para R$ 350 mil em 2012. "Com o corte nas receitas para o ano que vem, os investimentos também precisariam ser reduzidos. Não daremos um passo atrás. Manteremos a filosofia implantada pelo Evandro Leitão, que é de responsabilidade financeira".

Além de reduzir a folha salarial do elenco, outras receitas devem ser reduzidas com a queda de divisão. Os patrocínios da Prefeitura de Fortaleza e Governo do Estado devem ser renegociados com um valor menor, assim como o valor de um patrocínio master, que o Vovô está procurando para substituir a NeoQuímica, que não será parceira no ano que vem.

Redução
Quanto aos patrocínios do poder público, o Ceará iniciará as negociações em 2012 e os valores devem ser inferiores aos do ano passado. Do Governo do Estado, o Vovô recebeu, em 2010, R$ 550 mil, o Icasa na Série B, R$ 350 mil, e o Fortaleza, na Série C, R$ 250 mil.

Robinson de Castro rendeu-se à realidade. "A nossa queda para a Série B reflete em todas as esferas de negociação, seja em cotas e patrocínios, master ou esportivo. Não podemos fugir dessa realidade", lamentou o dirigente alvinegro.

Saiba mais
Adiados
O baque financeiro com a ausência na Série A também pôs fim a projetos da diretoria do Ceará para 2012: a aquisição de um CT e a reforma do Vovozão, com capacidade para 25 mil pessoas

Osvaldo
Com um poder de barganha reduzido, até a compra de Osvaldo ao Al Ahli, dos Emirados Árabes, foi dificultada. O Ceará busca investidores para pagar os R$ 3,5 milhões até 31 de dezembro com o intuito de vendê-lo a outro clube em 2012 e lucrar com a aquisição. O jogador, que tem propostas de Cruzeiro, Palmeiras e São Paulo, não deverá permanecer em Porangabuçu

VLADIMIR MARQUESREPÓRTER

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